Unidade, Fé e Caridade
Os que sentem hoje tão fortemente a necessidade da união dos discípulos de Cristo, devem notar que essa união só é possível na fé e na caridade.
Hoje em dia há alguns que, deixando de lado a fé, insistem em realizar a união na caridade: é impossível. O protestantismo hoje em dia (…), esgotado na discussão interminável das variações dogmáticas produzidas pelo „livre exame“, acabou por deitar borda fora „os dogmas“ e procura a todo o custo unificar os cristãos numa vaga adesão pessoal a Cristo, que se transforma em puro sentimentalismo. Mas o primeiro laço de união é a verdade. E a verdade não pode ser diferente e contraditória dentro de si própria.
Outros, pelo contrário, procuram assegurar a união apenas sobre a fé.
É este o estado das igrejas católicas quando decaem: os seus fiéis acreditam todos no mesmo, assim como que por atacado (recitam o mesmo Credo de memória), mas não estão unidos entre si em irmandade real. Às vezes, nem se conhecem uns aos outros; assistem à missa lado a lado num grande edifício, recebem a „comunhão“ cada um por seu lado e depois vão à sua vida; e queira Deus que não aos coices uns aos outros.
Esta não é uma „igreja“ em sentido próprio; não há Igreja de Cristo sem caridade. A fé sem obras está morta e a obra por excelência da fé é a caridade; a comunhão das almas.
A fé deve engendrar caridade e a caridade deve viver da fé; sem isso, não há unidade.
L. Castellani, 1955. In: Castellani, EL Evangelio de Jesucristo.
No comments:
Post a Comment